sábado, 30 de março de 2013

O Parque das Vaidades (2)

 Um Parque, de traços Dóricos (do Peloponeso, sec. V a.C.?).....




Um Parque extravagante, rico em pedra, carissímo.....









Um Parque de falsas promessas e pressupostos erróneos.....
                                                       ____________________________
As obras no chamado parque urbano do centro de Ovar tiveram "um papel fundamental na proteção e minimização do risco de cheia" naquela zona da cidade, "funcionando como uma bacia de retenção do fluxo de águas".
Convição manifestada pelo vereador José Américo, durante a última reunião do executivo camarário em que foram avaliados os estragos causados pela intemérie das últimas semanas, levando o caudal do rio a galgar as margens.

Chegou-se a temer em Ovar a repetição das cheias de 21 de março de 2001. 

"O que preveniu esta situação similar foi precisamente a obra do parque urbano da cidade de Ovar que funcionou como uma bacia de retenção e amorteceu o fluxo de água que chegaria ao centro", informou o vereador da proteção civil.

A empreitada contemplou "um meticuloso estudo hidrográfico, com retorno de 100 anos, o que permitiu formular um conjunto de diretrizes para a construção e uma delas foi a possibilidade dos terrenos do Parque Urbano servirem de leito de cheia".

Quando chove muito a montante, em combinação com maré cheia na ria, "todo o parque fica alagado, evitando correntes muito fortes e subidas repentinas do nível da água que provocariam inundações na cidade".

(extraído de www.noticiasdeaveiro.pt; em 22 de Dezembro de 2012)
                                                   ____________________________


Um Parque a quem tiraram as defesas naturais (a vegetação ripícola, essa sim a forma eficaz de transformar o solo em torno do rio numa bacia de retenção em períodos de cheia) ficando  exposto à erosão.....









um Parque perigoso para os seus utilizadores.....


















Enfim, um Parque com uma história real.....que se conta de forma breve:

"Há sempre um timing eleitoral e uma pressa eleitoralista, que não podem ser descurados, mesmo que tudo o resto, como o sejam as preocupações ambientais e a segurança da população, o sejam.


Mas as vaidades deste parque acabarão prostadas, tal como a bonita flor deposta pela força impetuosa de um rio, que foi emparedado..... para ser mais brutal em período de cheias!"


terça-feira, 12 de março de 2013

Odores primaveris...










O céu está carregado de núvens escuras, umas mais altas do que outras. E o vento sul, soprando intensamente, traz habitual e incómodo "cheiro a Cacia". De facto, os gases químicos expelidos pelas altas chaminés da fábrica de pasta de papel, espalham-se durante algumas dezenas de quilómetros, constituindo também um sinal de que a natureza em breve se irá transformar. O solo irá receber muita água. 

Mas estes ventos que no período de Inverno dão origem a dias cinzentos, de chuva contínua, permitem à medida que o tempo se torna mais primaveril, que o sol espreite por períodos curtos, antes da queda do aguaceiro seguinte. 

Na verdade, as fortes ventanias vindas de sul, que se fizeram sentir na última semana, não trouxeram só cheiros, chuva grossa, trovoada e granizo. Essas ventanias ajudaram também as aves migratórias, provenientes de mais baixas latitudes, a concretizarem as suas deslocações primaveris. 

As andorinhas-das-chaminés (Hirundo rustica), que já andavam pela região aveirense, passaram a observar-se em áreas mais abrangentes, embora ainda de forma tímida, com a plumagem pouco vistosa, como que se a chuva  tivesse lavado e desbotado o preto e o vermelho vivos. O seu número será agora cada vez maior, uma vez que, as chuvas recentes ao encharcarem os campos favoreceram a multiplicação dos insectos. 



Mas estes ventos fortíssimos, soprando de sul, favoreceram outras espécies migradoras, como os milhafres-pretos (Milvus migrans), a chegarem à região aveirense, provenientes do continente africano. De facto, estas aves ao conseguirem aproveitar muito bem as correntes de ar, conseguiram cruzar mais rápidamente as longas distâncias que as separavam das suas áreas de invernada.



Actualmente e quase sem distinguirem entre áreas de Inverno e áreas de Verão encontram-se as cegonhas-brancas (Ciconia ciconia), as quais, graças ao esforço do homem em lhes proporcionar lugares para nidificação e à disponibilidade de alimento verificada por toda a região lagunar, aumentam todos os anos o número de ninhos, quer em postes, chaminés, telhados ou árvores. 


 

E, assim, a Primavera vai-se aproximando.....a passos largos......com seus odores próprios....também reforçados pelas fortes borrascas.


sábado, 2 de março de 2013

Entre o Inverno e a Primavera


As grandes árvores, ainda com a roupagem de Inverno, deixam a descoberto os ninhos que os pássaros construíram na Primavera do ano anterior.








Ao mesmo tempo, na orla da mata, as acácias já se vestem de amarelo....






....e mesmo por entre a agrura da rocha, plantas diversas despertam para a luz da Primavera que se aproxima.


Também a processionária ou lagarta-do-pinheiro, descida do ninho situado no alto das copas, segue agora em procissão, depois das devidas transformações anatómico-fisiológicas que sofreu, em busca dos pinheiros que desfolhará. 

Uma verdadeira praga florestal!  




Cuidado devem ter cães, gatos, raposas, aves, homem, gado doméstico,....toda a fauna em geral com os pêlos urticantes deste insecto, neste período, rastejante!