Nos seus movimentos dispersivos invernais para baixas latitudes, onde a busca de alimento e de outras condições do meio se mostram mais convenientes, o êider (Somateria mollissima) chegou até ao norte de Portugal. Um casal não reprodutor.
Entretanto, não se sabe o que aconteceu à fêmea, pois o macho tem sido observado só durante este Outono. Poderá a mesma ter migrado para a tundra no final do Verão ou apenas para outro ponto na costa portuguesa. Poderá estar próxima, explorando um outro local, ou poderá ter sucumbido por algum motivo.
Mas o macho, de compleição robusta, agora com outra libré que alcançou no Verão, encanta quem o observa.
Com um forte bico amarelo, patas da mesma cor, cabeça e partes inferiores negras, contrastando com o branco do dorso, uma mancha branca nos flancos e com os lados do pescoço de um verde esbatido, tornou-se numa ave muito atractiva.
Após cada pescaria, o êider, um mergulhador nato, sobe para uma rocha costeira onde passa largos períodos de tempo a descansar.
É aí que digere os crustáceos e moluscos ingeridos, cujas carapaças são excretadas sob a forma de dejectos alaranjados, que se avistam depositados sobre a rocha.
Ao fim de algumas horas, quando a maré está de novo a subir, o êider começa a denotar alguma impaciência, levantando-se, dando uns pequenos passos, deitando-se de novo, e voltando a levantar-se pouco depois.
Olha em redor, como que analisando a corrente de maré que cada vez se nota mais, entregando-se, por fim, ao cuidado da plumagem. É que do estado desta depende a sua capacidade para dominar com eficiência o seu modo de vida aquático.
Após estes cuidados tão importantes vai-se aproximando lentamente da água ...
... não sem antes efectuar uma derradeira operação de cosmética...
... até se lançar à água para uma nova pescaria.
O êider lá segue, primeiro nadando durante uma dezena de metros....
... para de seguida levantar da água e num voo pesado, semelhante ao de um ganso, se dirigir para o seu local de eleição, bem afastado do seu anterior poiso.
E assim, esta ave típica da tundra árctica continuará por cá, não se sabe até quando, mas seguramente passando connosco o próximo Natal!
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