sexta-feira, 14 de julho de 2023

Concheiros (III)

 




(continuação)


Outros gastrópodes, ao contrário dos raspadores, apresentam uma alimentação variada, podendo alimentar-se de algas, detritos ou até de animais vivos. 


Littorina saxatilis, com uma concha de cor variável e profundamente estriada, vive em fendas rochosas das zonas média e superior do andar mediolitoral e por vezes, também, em fendas do andar supralitoral. Alimenta-se de algas.



Littorina littorea, que vive sobre estrato rochoso das zonas média e inferior do andar mediolitoral, também se alimenta de algas. A sua concha, cerca de três vezes maior que a da espécie anterior, apresenta cor cinza, habitualmente com bandas concêntricas de um castanho escuro. 



A Turritella communis, possui uma concha alta, pontiaguda, com numerosas voltas repletas de estrias espiraladas. Vive enterrada parcialmente em fundos areno-vasosos do andar infralitoral, até -80 metros.



Cerithium vulgatum, apresenta uma concha de voltas ornamentadas com pequenos tubérculos. Vive em substracto rochoso, arenoso e vasoso, dos andares mediolitoral inferior e infralitoral, até -10 metros.



Aporrhais pespelecani, apresenta uma concha de voltas ornamentadas com tubérculos, em que o labro da última se encontra espalmado, com quatro projecções nas formas adultas, assemelhando-se a uma pata de palmípede. Vive em habitat arenoso dos andares infralitoral e circalitoral, até - 80 metros.



Natica catena, tal como as restantes espécies da família, é um animal carnívoro que preda predominantemente sobre mexilhões. A sua concha arruivada apresenta pequenas bandas escuras. Vive em fundos de areia, no andar infralitoral.




O beijinho (Trivia monacha), apresenta uma concha estriada de apenas 1,2 cm, de cor violácea e com três manchas negras dorsais. Vive em substracto rochoso, por entre os povoamentos de algas do andar infralitoral. 



As cipreias formam, à semelhança de outros, um grupo de conchas muito abundantes, de grandes dimensões e de belíssimas cores, em mares quentes tropicais, o que não é o caso do Atlântico NE. Contudo, pode-se encontrar nas nossas praias, com alguma facilidade, a Cypraea pyrum.



Com seus lábios dentados, coloração dorsal alaranjada com manchas claras, habita o substrato rochoso infralitoral, encontrando-se associada a povoamentos de algas.


O Phalium saburon, apresenta uma concha de tons amarelados com riscas castanhas claras e preenchida por estrias na sua última volta. O labro é espesso e denteado. Vive em fundos de areia nos andares infralitoral e circalitoral.




Refira-se, a propósito, que a concha enrolada em espiral apresentada pelos gastrópodes é uma consequência directa de uma torção interna verificada no corpo do animal, e com implicações na anatomia dos seus próprios órgãos.
 





(continua)


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