(continuação)
Assim acomodados, descortinamos aquilo que se apresenta ao olhar.
Os imponentes troncos de pinheiro-bravo, embora enxutos de humidade, continuam revestidos daqueles interessantes seres, especialmente notórios durante os meses húmidos de Outono e Inverno. Líquenes.
Os líquenes, de formas e tonalidades diversas, usam o lenho das árvores como substrato, como acontece com Usnea subfloridana (de aspecto ramoso) e Parmelia sp. (de estrutura foliosa).
Por entre estes gigantes do pinhal, quase ignorado pelo seu menor tamanho e pela fraca luminosidade que existe junto ao solo, surge o despontar de uma vida nova.
O tojo-arnal (Ulex europaeus), essa encantadora planta omnipresente na mata, apesar de já não conseguir emprestar o bonito tom amarelo a toda a extensão arbustiva do pinhal, continua a revelar-se, teimosamente, em certos locais.
Apesar da maior parte dos tojos se apresentarem, por esta altura do ano, com as ramagens completamente secas, ...
... o amarelo vibrante das poucas corolas do tojo, por entre a massa verde acastanhada dominante, constitui um regalo para os nossos sentidos.
O amplo trilho que se abre a poucos metros de nós, feito de uma areia branca e solta aquecida pelo sol forte da tarde, abre o apetite para sobre ele caminharmos de pés ao léu.
Convite feito, convite aceite. Mas para um pouco depois, quando o ar da tarde, já mais fresco, deixar de agredir a pele.
(continua)
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