terça-feira, 20 de setembro de 2022

As marismas






As Zonas Húmidas sujeitas à influência das marés (designadas em castelhano por marismas) constituem um ecossistema verdadeiramente surpreendente.



A dinâmica da marisma é de tal forma vincada que garante, qualquer que seja a estação do ano, uma biodiversidade e uma produtividade orgânica ímpares.

Félix Rodriguez de la Fuente, nas suas obras, dedicou uma especial atenção à divulgação da riqueza biológica das marismas de Gualdaquivir. Contudo, em Portugal, são várias as marismas que reúnem características análogas às castelhanas.



terça-feira, 13 de setembro de 2022

Brama (II)

 




Prostrado no solo o veado macho deixa-se localizar pelas suas majestosas hastes.






Observando pormenorizadamente o seu comportamento constata-se que o senhor do harém está sempre atento a tudo o que nele se passa...




... bramindo, para que outros saibam que está pronto para defender o seu território.





Os machos jovens escutam-no ...




... mas não se atrevem a aproximar do rebanho de fêmeas que formam o harém.




Após uma noite e um amanhecer de constantes bramidos, o macho precisa de renovar energias.




Para isso encaminha-se para a orla do bosque, onde se irá alimentar antes de se refugiar no mesmo para descansar.





Perante os bramidos de outros machos, que continuam a ecoar pela serra, este macho marca o seu território bramindo mais uma vez.





Após cumprir esta missão de demarcação territorial prepara-se, finalmente, para uma merecida refeição...




...pastando.





Ervas, rebentos e folhas constituem o alimento do veado; os frutos das caducifólias não fazem parte da sua dieta.




Após o repasto, o macho prepara-se para abandonar a clareira, já que o Sol começa a ir alto demais.




Por fim, embrenha-se no bosque do qual sairá apenas ao entardecer.






terça-feira, 6 de setembro de 2022

Brama (I)




Entre Setembro e Novembro, por todas aquelas serras que ainda vão conseguindo manter um revestimento de bosques de folhosas ... 



... o veado (Cervus elaphus), o segundo maior cervídeo europeu - apenas suplantado no seu porte pelo alce das regiões árcticas - vive a época do cio.



Os machos adultos, sobretudo entre o pôr e o nascer do sol, reclamam, com fortes bramidos que ecoam pelas encostas e vales, os seus territórios ...



... onde procuram reunir o maior número possível de fêmeas, com respectivas crias e onde poderão acasalar e procriar. 



Está-se no período da "Brama".


Observar a Brama em pleno meio natural, na quietude própria do coração serrano, é um privilégio…. uma dádiva da natureza… um fausto banquete de registos do qual se sai de barriga cheia ….. e que se vai transformar numa memória inesquecível.

Este conjunto de registos recolhidos num daqueles momentos de enorme ansiedade, em que se sente “pele de galinha” pela emoção de se estar no meio do acontecimento e não se querer perder pitada….  é uma homenagem a esta espécie animal, de porte altivo mas tombada frequentemente de forma ilegal, bem como, às florestas autóctones portuguesas, que apesar de muito ameaçadas, a conseguem abrigar e alimentar.

 

A floresta caducifólia é, na verdade, crucial para o veado, pois constitui um refúgio durante o período do dia de maior exposição luminosa.







Os rios e ribeiros que cruzam a serra são também vitais para os veados, pois é neles que estes cervídeos se saciam e banham.




Seguindo os rastos destes animais ...






... e a disposição dos seus excrementos ...





... poderemos, mais facilmente, ir ao encontro dos mesmos.



(continua)