Entre Setembro e Novembro, por todas aquelas serras que
ainda vão conseguindo manter um revestimento de bosques de folhosas ...
... o veado (Cervus elaphus), o segundo maior cervídeo europeu - apenas suplantado no seu porte pelo alce das regiões árcticas - vive a época do cio.
Os machos adultos, sobretudo entre o pôr e o nascer do sol,
reclamam, com fortes bramidos que ecoam pelas encostas e vales, os seus
territórios ...
... onde procuram reunir o maior número possível de fêmeas, com
respectivas crias e onde poderão acasalar e procriar.

Está-se no período da "Brama".
Observar a Brama em pleno meio natural, na quietude própria
do coração serrano, é um privilégio…. uma dádiva da natureza… um fausto
banquete de registos do qual se sai de barriga cheia ….. e que se vai
transformar numa memória inesquecível.
Este conjunto de registos recolhidos num daqueles momentos de
enorme ansiedade, em que se sente “pele de galinha” pela emoção de se estar no
meio do acontecimento e não se querer perder pitada…. é uma homenagem a esta espécie animal, de
porte altivo mas tombada frequentemente de forma ilegal, bem como, às florestas
autóctones portuguesas, que apesar de muito ameaçadas, a conseguem abrigar e
alimentar.
A floresta caducifólia é, na verdade, crucial para o veado, pois constitui um refúgio durante o período do dia de maior exposição luminosa.
Os rios e ribeiros que cruzam a serra são também vitais para os veados, pois é neles que estes cervídeos se saciam e banham.
Seguindo os rastos destes animais ...
... e a disposição dos seus excrementos ...
... poderemos, mais facilmente, ir ao encontro dos mesmos.
(continua)