sábado, 5 de novembro de 2011

Eco-urbanismo ovarense: valeu a pena?

"Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
               Fernando Pessoa in Mensagem - Mar Português


Há um ano denunciava neste sítio, a propósito do Dia Mundial do Urbanismo, o estado de abandono e de degradação estética em que se encontravam determinados pontos-chave da cidade de Ovar.

Hoje, assinalo com satisfação que, um desses "pontos negros" com cerca de meio século de existência, parece encontrar-se finalmente em remodelação. É certo que é apenas um dos pontos que mencionei..... mas valeu a pena escrever sobre o assunto....tal como diz o velho ditado "água mole em pedra dura tanto bate até que fura"!

Rua dos Precursores da República (Outubro de 2010)














Rua dos Precursores da República (15 Outubro de 2011)


Rua  dos Precursores da República (20 Outubro de 2011)

Esperemos que este local se torne esteticamente agradável....talvez ajardinado .... quem sabe....

Tal como já o referi, urbanismo e ambiente são indissociáveis. Daí que, ao assinalar mais uma data (8 de Novembro de 2011) dedicada ao urbanismo, chamo a atenção para o estado de degradação em que se encontram também as antigas fontes da cidade.

Sobre o estado das fontes da nossa cidade vários ovarenses, entre os quais me incluo, escreveram num passado recente em jornais locais, linhas e linhas, chamando a atenção para a necessidade de recuperação das mesmas, já que constituíam um património da história do burgo.
Fonte na Rua  Dr. João Semana 

Mas o interesse na recuperação das fontes da cidade não passa exclusivamente pela preservação do património histórico....as fontes (a funcionarem, como tal!) constituem pequenos oásis, especialmente para os anfíbios (rãs, tritões e salamandras) no contexto do ecossistema urbano.

Com a recente destruição da vegetação ribeirinha do Cáster desapareceram para sempre importantes habitats, para várias espécies animais, incluso, para os anfíbios. É urgente tomar medidas compensatórias!

Uma dessas medidas pode passar pela recuperação de pequenos nichos aquáticos, como o seriam também as fontes da cidade.

Desta forma e ultrapassando mesmo a sabedoria popular, poder-se-ia afirmar que com uma só cajadada matar-se-iam três coelhos! (a recuperação das fontes*, a recuperação da azulejaria e a recuperação de nichos ecológicos).

A sensibilidade do poeta e a dos outros! 

* todas as fontes e não apenas as do Casal e dos Combatentes incluídas no Plano de Regeneração Urbana.



(este artigo foi publicado no jornal "João Semana", de 15/11/11)

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