A biodiversidade de uma região
traduz-se na variedade e interdependência existentes entre as espécies, os
habitats e os ecossistemas que nela existem. A degradação dos habitats naturais
e semi-naturais, a poluição e a exploração excessiva dos recursos enfraquece os
ecossistemas e leva inevitavelmente à perda da biodiversidade. Deste modo, a
biodiversidade é fundamental para o equilíbrio natural de uma dada região pois,
em última instância, garante o bem-estar das suas comunidades humanas.
Estas premissas devem, assim,
servir de pontos de partida para toda a acção autárquica - ainda por iniciar - de garantia da
biodiversidade no concelho de Ovar.
Ovar é mar. Por isso, o
ecossistema costeiro, areal, dunas, vegetação dunar e respectiva fauna devem
ser acautelados através de medidas concretas, como a regular deposição de
areias nas praias e no cordão dunar.
Ovar é mata. Predominantemente de pinheiro-marítimo, mas não só. Além da vegetação a mata alberga uma fauna variada e importantes comunidades de fungos e líquenes. Ademais constitui um verdadeiro pulmão para toda a região envolvente. Por isso, é imperioso que se trave esse desastroso plano, em curso, de destruição da mata concelhia. Não há argumentos decentes que justifiquem semelhante perda de biodiversidade.
Ovar é Ria. Canais, esteiros, valas, praias de vasa, caniçais, juncais abundam e asseguram uma enorme biodiversidade aquática. Dezenas de espécies aqui ocorrem, entre residentes, estivais, invernantes e migradores de passagem. Algumas com estatuto de vulnerabilidade e outras com estatuto de ameaçadas. Algumas raras, outras acidentais. É, pois, importante que se tomem medidas apertadas com vista à protecção deste ecossistema.
Uma dessas medidas há muito proposta, mas sem
nunca ter sido implementada diz respeito à delimitação de uma área protegida na
ria de Ovar. A “Área de Paisagem Protegida da Foz do Cáster” visa a conservação
das espécies e habitats que existem no espaço lagunar do concelho, numa óptica
de desenvolvimento sustentável.
Ovar é urbe. Tem rios, parques,
jardins, fontes de água. À priori, todos ao serviço da qualidade de vida e
bem-estar dos ovarenses. Mas para isso ser possível os rios não podem correr
poluídos, os parques e jardins têm de estar limpos de papéis, copos de
plástico, latas de refrigerantes e dejectos de cães espalhados pelos relvados.
Assinalar a Biodiversidade
ovarense passará sempre, hoje e amanhã, por uma educação ambiental que terá por
base a adopção de uma cidadania comprometida. Só com cidadãos respeitadores do
ambiente e participativos poderemos conservar os recursos que são nossos e não
de outros, sejam estes negociantes oportunistas ou governantes incompetentes.
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