sábado, 10 de julho de 2010

Fora de portas (1) - dar banho à minhoca, pescar algas e sujar a Ria



Entre o Muranzel e S. Jacinto, as margens da Ria estão invariavelmente repletas de pescadores desportivos, sobretudo durante o fim-de-semana. São estes pacientes homens (e também umas poucas mulheres) que de forma estóica lançam vezes sem conta ao longo de uma manhã ou de uma tarde o isco à água na esperança de uma pescaria no final da jorna. Grande desafio este!
Pena é que se esqueçam no fim da "festa" de levar para casa o isco sobrante e sobretudo o vasilhame onde o mesmo esteve.

Mas, como diz aquele provérbio tailandês ou "o peixe é esquisito ou os pescadores não percebem mesmo nada do ofício". É que, frequentemente, se assiste àquela luta feroz entre pescador e anzol.......a cana a vergar, a vergar cada vez mais, ......a linha totalmente tensa, a ser puxada cuidadosamente para o carreto, ......e os olhos postos na linha, à espera de ver aparecer a todo o momento um robalo a sair da água preso no anzol. Mas, infelizmente (ou não) em vez de peixe vêm quase sempre....as verdinhas algas..... que logo, por entre palavrões, são depositadas nas rochas.....a secar.
Pescadores ajudam a limpar as águas da Ria! (podia bem ser uma manchete de jornal de sábado ou domingo). Mas a sim ser, seria seguramente um título bem enganoso!
Senão vejamos o que estes pescadores (poluidores) deixam de consciência tranquila em qualquer lugar onde se instalam:





Que farão estes saquinhos tão cuidadosamente encostados? Estão seguramente à espera de alguém.....de quem será?
Não teriam tido melhor destino se tivessem sido colocados no contentor apropriado ou levado no carro do próprio pescador desportivo até ao eco-ponto mais próximo?

E foram 3! Mas quem as bebeu ainda teve o equilibrio suficiente para não as deixar tombadas.......de qualquer maneira pelo chão. Cuidadoso!
Pena é que seja daquela estirpe de "gente fina", que simplesmente não as pôde levar ao eco-ponto próximo.
E aí vai ele!
Um saco plástico voou da margem até à Ria. Se juntarmos aos sacos, que a voar vão parar à água, as latas, os garrafões de água, e muitos outros objectos deixados irresponsavelmente nas margens por estes poluidores «desportivos» teremos uma Ria atrofiada de lixo e de gente badalhoca, a pedir que se aplique sobre eles o princípio do poluidor-pagador.
Bom seria que a GNR que frequentemente passa por esta estrada estivesse atenta a esta faina,.... e se se pudesse apear do jipe e exercer uma actividade fiscalizadora sobre esta gente..... gente, a necessitar urgentemente de educação, tal qual, como de peixe pró anzol.
É por estas razões que é bom viver na minha terra. Cá, não há disto!

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