quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Maré-viva faz recuar a linha de costa!

A aproximação de uma semana de marés-vivas deixava prever, pelo estado do mar, que as águas subissem até atingir a marginal do Furadouro. Tal facto veio mesmo a acontecer durante a segunda semana de Janeiro, com o mar a escavar a base do muro da marginal, mesmo em frente à avenida central.
Estas brechas, prontamente disfarçadas com umas carradas de areia, mostraram que, numa zona à priori defendida pelas muralhas de pedra reconstruídas, afinal o mar não se detém na sua dinâmica própria. E nesta dinâmica, responsável pelo desgaste diário a sul do povoado que acabou definitivamente com a praia ao longo de todo o enrocamento, inclui-se também, em alguns momentos do ano, o ataque à praia a barlamar do esporão norte, cenário onde mais uma vez este ano se passaram os citados acontecimentos.
Em simultâneo e porque o mar ataca toda a costa ovarense com grande violência, mesmo quando apenas está em causa uma maré-viva, S. Pedro de Maceda sofreu também e como é costume mais um significativo desmoronamento da arriba. Este recuo foi especialmente significativo dado ter sido complementado por um rasgo de 30 m no solo do aparcamento local.

Apesar destes acontecimentos não serem novos no litoral vareiro, apesar da divulgação periódica dos resultados da monitorização destes recuos apontarem para um agravamento no tempo dos efeitos das obras pesadas, apesar das causas naturais se terem acentuado nos últimos decénios, a verdade é que as políticas locais de protecção da linha de costa se esgotam com a realização de obras em pedra.
Nunca se ouviu da Câmara Municipal de Ovar qualquer pretensão na recuperação dos areais perdidos….nunca se viu da parte da Câmara Municipal de Ovar qualquer estratégia de planeamento do território costeiro no sentido de aliviar a densidade de urbanização dos povoados do Furadouro, Cortegaça ou Esmoriz … nunca se vislumbrou da parte da Câmara Municipal de Ovar qualquer atitude no sentido da valorização dos ecossistemas litorais …
Bem pelo contrário. Aquilo que tem sido bem manifesto é o elevado grau de agressividade perante todas as ideias e sugestões no sentido de uma mudança de atitude… que tarda para mal do concelho!

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