Tal como anunciado, decorreu no passado dia 23 de Setembro no auditório da Junta de Freguesia de Ovar, mais um debate em torno das abordagens técnicas a adoptar no concelho para minimização dos efeitos que a erosão marinha tem produzido no litoral.
Indiferente a estas preocupações esteve a Câmara Municipal de Ovar, ao não se fazer representar. Interessados por esta temática estiveram alguns deputados municipais e vários cidadãos ovarenses, presentes.
A professora Cristina Bernardes, investigadora do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro apresentou uma série de diapositivos onde abordava a questão da alimentação artificial das praias, corroborando a estratégia que, pessoalmente venho defendendo ao longo das últimas duas décadas e que tanto melindre e confusão criou em certas mentes....locais.
Foi dado a conhecer pela referida investigadora um projecto com "diques de areia" pensado para recuperar a zona sul do Furadouro. Uma zona que, desde finais da década de 90 tenho vindo a alertar como sendo de altíssimo risco, pelos estudos por mim aí efectuados; por exemplo, no que respeita a certas zonas do cordão dunar que, em 1973 apresentavam 19 m de altura, em 1999, apresentavam apenas 7 m e hoje simplesmente não existem*.
Este projecto faz todo o sentido, como primeira abordagem decente ao problema da erosão costeira no concelho e vem na sequência das conclusões dos trabalhos de monitorização da linha de costa que levei a cabo em 1998 com a supervisão da referida professora e que continuaram ao longo dos anos seguintes.
Contudo, em minha opinião, não será esta a metodologia mais eficiente para um equilíbrio da linha de costa, como aliás já o referi no passado. Vale, apenas como um primeiro passo!
* ver "A Praia dos Tubarões" (cap. 13)
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