segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Migradores outonais na Ria de Aveiro (I)

 Com a chegada do Outono começaram a chegar ao nosso país e em particular à nossa região as aves migradoras.

Umas, limitam-se a ser migradoras de passagem, mas muitas outras, por aqui vão ficar durante os meses frios de Inverno.

Estas últimas vão-se instalar em diferentes habitats consoante as suas características fenológicas. A Ria de Aveiro, pelas suas características particulares de extensa zona lagunar, oferece uma diversidade de habitats a muitas destas aves, que ocupam não só as suas águas, vasas, sapais, marinhas e prados húmidos.

 

Uma das primeiras espécies a ser avistada, em pequenos grupos, é o Colhereiro (Platalea leucorodia).

De plumagem alva, com um penacho pendente da nuca e o bico em forma de espátula, alimenta-se em águas pouco profundas, com o bico mergulhado dentro de água, ao mesmo tempo que vai movendo a cabeça para um e outro lado.

  


Outra espécie que aparece cedo neste período migratório é o Garajau-de-bico-preto (Sterna sandvicensis).

Embora neste período outonal a espécie seja observada regularmente a pescar no mar, não deixa de entrar na Ria de Aveiro, pois também aqui encontra abundante pescaria.

Distingue-se pelo bico preto com a extremidade do mesmo amarela, a testa branca, uma poupa na nuca e patas curtas e pretas.

  



A Garça-real (Ardea cinerea), de tonalidade geral cinzenta, por cima, e clara, por baixo, é a maior de entre as espécies de garças que pertencem à fauna portuguesa.

Embora seja uma espécie residente na região, é nesta altura do ano que os seus efectivos aumentam, pois chegam à Ria de Aveiro as muitas aves migrantes.

Avistada, geralmente, imóvel ou deslocando-se muito lentamente em busca de presas, explora variados habitats.

 



O Perna-vermelha-comum (Tringa totanus) é uma das limícolas de médio porte mais comuns na Ria de Aveiro.

Distingue-se claramente pelo avermelhado das patas e da base do bico. Frequenta áreas pantanosas e praias de vasa.

 



A Tarambola-cinzenta (Pluvialis squatarola) chega à Ria de Aveiro proveniente da tundra árctica, onde cria. Enquanto a maioria dos migradores desta espécie seguem a sua viagem até África, alguns exemplares por aqui ficam, passando por cá também o Inverno.

É uma ave de silhueta grande, compacta, com cabeça volumosa e bico forte. Apresenta plumagem geral pintalgada de cinzento e normalmente é avistada só ou em pequeno número.

  



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