quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Limícolas invernantes na Ria de Aveiro: o maçarico-de-bico-direito






maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa) é outra das grandes limícolas que passa o Inverno na laguna aveirense.



Sendo uma espécie gregária, é possível observá-la em grupos que, na região,  podem  chegar a várias dezenas de indivíduos num só local.



Distingue-se do seu parente, o fuselo, por não apresentar, como este, o comprido bico ligeiramente arqueado para cima.




É também a sua plumagem dorsal lisa (riscada no fuselo) e a extremidade da cauda preta (listrada no fuselo) que permitem complementar a identificação da espécie quando observada a alimentar-se dentro de água nos lodaçais, tanques de salinas e praias intertidais.



Mas é em voo que se conseguem observar os pormenores decisivos para a sua correcta identificação: 

uma mancha  branca quadrada sobre o uropígio (branca em cunha no fuselo), a extremidade da cauda com uma única barra larga e negra (com riscas finas pardacentas no fuselo), com barras alares brancas (sem barras alares no fuselo) e as patas muito projectadas sob a cauda (pouco projectadas no fuselo). 




A época de reprodução desta espécie varia entre finais de Abril e início de Junho, consoante a latitude.  

A espécie constrói um ninho rudimentar, com muito pouca matéria vegetal, em solos húmidos, charnecas e lodaçais

A postura, única, é habitualmente de 4 ovos esverdeados, com pintas ou manchas escuras, que serão incubados durante 22-24 dias, por ambos os progenitores. 



Terminada a época de reprodução, o maçarico-de-bico-direito migra para sul, para passar o Inverno nos climas amenos do sul da Europa e da África, chegando à região aveirense durante o final do Verão e regressando de novo ao norte a partir de Abril, numa altura em que um número significativo de adultos já adquiriram a plumagem de Verão.

É então possível, por comparação, apreciar como a tonalidade acinzentada da plumagem de Inverno é substituída por uma outra, castanha ferrugínea, na cabeça e pescoço. 



Enquanto por aqui andam, estas aves constituem um espectáculo natural digno de ser apreciado, quer quando, procuram com seu comprido bico os vermes enterrados no lodo ...



... quer quando descansam muito juntos após a refeição...



... quer, ainda, quando o sentinela perante uma ameaça surgida, grita para alerta dos seus congéneres. 



Então, todo o bando se coloca em posição de vigília, não demorando muito até que todos levantem voo, com um ruidoso e forte bater de asas, para voltearem largo sobre a área. 



Logo que o perigo deixe de existir, baixarão às águas de onde saíram e a vida continuará como antes!



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