sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Quando a temperatura sobe ...

 






A chuva, o vento e o frio abalaram, faz algum tempo. 

Apesar do Sol viver subjugado por um denso tecto de nuvens, de onde em onde roto, por onde a luz e o calor se conseguem escapar de forma comedida, a subida da temperatura média do ar está a mudar repentinamente o ritmo da natureza.



Na floresta e apesar de Janeiro ainda não ter chegado ao fim, o amarelo das corolas começa a impor-se por entre o verde dominante das folhas espinhosas e os tons sombrios do arvoredo. Praticamente todos os espécimenes de tojo-bravo (Ulex europaeus) anteciparam já o início da sua floração. 



As camarinheiras (Corema album), uma espécie ameaçada e ausente de muitos solos arenosos onde eram frequentes, anunciam em tons laranja os locais do arbusto onde, no final do Verão, irão surgir os brancos bagos, tão saborosos, tanto para o homem como para os animais.




Lindíssima pela cor variável entre o púrpura e o branco das suas pequeninas flores, a queiró (Calluna vulgaris) perpetua no tempo as suas sépalas emprestando à floresta uma redobrada decoração.



Pese embora a presença dos líquenes (Usnea sp.), como barbas tombando dos troncos dos pinheiros-bravos (Pinus pinaster), ...



... dos musgos, recobrindo o solo arenoso, ...



... e dos fungos, como o Russula cyanoxantha, agregados pelo solo ...



... a verdade é que neste ecossistema já se respira um clima de pré-primavera. 


Disso mesmo nos fala o canto, ainda envergonhado, do tentilhão-comum (Fringilla coelebs).




(continua)



Sem comentários: