A chuva, o vento e o frio abalaram, faz algum tempo.
Apesar do Sol viver subjugado por um denso tecto de nuvens, de onde em onde roto, por onde a luz e o calor se conseguem escapar de forma comedida, a subida da temperatura média do ar está a mudar repentinamente o ritmo da natureza.
Na floresta e apesar de Janeiro ainda não ter chegado ao fim, o amarelo das corolas começa a impor-se por entre o verde dominante das folhas espinhosas e os tons sombrios do arvoredo. Praticamente todos os espécimenes de tojo-bravo (Ulex europaeus) anteciparam já o início da sua floração.
As camarinheiras (Corema album), uma espécie ameaçada e ausente de muitos solos arenosos onde eram frequentes, anunciam em tons laranja os locais do arbusto onde, no final do Verão, irão surgir os brancos bagos, tão saborosos, tanto para o homem como para os animais.
Lindíssima pela cor variável entre o púrpura e o branco das suas pequeninas flores, a queiró (Calluna vulgaris) perpetua no tempo as suas sépalas emprestando à floresta uma redobrada decoração.
Pese embora a presença dos líquenes (Usnea sp.), como barbas tombando dos troncos dos pinheiros-bravos (Pinus pinaster), ...
... dos musgos, recobrindo o solo arenoso, ...
... e dos fungos, como o Russula cyanoxantha, agregados pelo solo ...
... a verdade é que neste ecossistema já se respira um clima de pré-primavera.
Disso mesmo nos fala o canto, ainda envergonhado, do tentilhão-comum (Fringilla coelebs).
(continua)
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