sábado, 23 de março de 2024

A chegada do equinócio

 





Ainda os dias não se conseguem afirmar no que toca às características meteorológicas, alternando entre a impiedade da água e do frio ...



... e a amenidade de algumas matinas solarengas, ...



... e já os migradores mais precoces se deixam observar em evoluções aéreas. 


Desde os últimos dias de Janeiro e sobretudo durante Fevereiro que se começam a intensificar os avistamentos da sempre simpática cegonha-branca (Ciconia ciconia). Dispersa durante o Inverno por latitudes mais agradáveis, começa a regressar às zonas onde nasceu e se quer reproduzir.



À medida que Fevereiro foi avançando, estas alvas e imponentes aves começaram a sobrevoar e a pousar em árvores, postes e demais estruturas, onde se encontram velhos ninhos ou onde potencialmente serão instalados outros tantos novos.




Sem sombra de dúvida que a cegonha-branca abriu, assim, mais uma temporada de pré-reprodução para uma grande número de seres selvagens nos biomas portugueses.



Também nos parques da cidade, desde o alvorecer até ao final da tarde, que o concerto sonoro dos passeriformes foi sendo acompanhado por um corrupio interminável.

Entre as espécies de maior visibilidade, porque mais movimentadas, contaram-se as rolas-turcas (Streptopelia decaoto). Esvoaçando sempre aos pares, de árvore para árvore, não paravam de arrulhar, anunciando com estas animadas paradas nupciais que a criação estará para breve. 



Também as pegas-rabudas (Pica pica) se destacavam sobre o fundo suave do arvoredo. 



Voando de ramo para ramo, deixavam-se pousar durante pouco tempo ...



... antes de descerem ao solo em busca de alimento, onde com passadas apressadas faziam sobressair o alvi-negro da sua plumagem. As rainhas do parque, em preparativos nupciais.




Mas o concerto pré-primaveril que se foi projectando sobre o dossel do parque ficou a dever-se, sobretudo, à intensa cantoria de outros intervenientes de menores dimensões. 

Entre eles sempre se destacou a cantoria polimórfica do melro-preto (Turdus merula), o rei do parque. Rei, não só pelo seu contributo na animação diária da passarada, mas também, pela quantidade de indivíduos normalmente presentes por metro quadrado de terreno (ou de patamar arbóreo).




Olharemos,  com mais atenção, para esta pequena avifauna.


(continua)


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