sexta-feira, 15 de março de 2024

Degelo glaciar: a calote árctica

 





(continuação)


A banquisa árctica estende-se por uma ampla superfície, desde o Alasca à extremidade leste da Sibéria, sendo nela que se encontram os glaciares árcticos, verdadeiros mega contentores de água doce.  

Contudo, a situação da banquisa tem-se alterado de forma drástica nas últimas décadas, como resultado das alterações climáticas. 

O Árctico está a aquecer a um ritmo muito superior ao de outras zonas do globo. Por este facto, a sua extensão superficial foi reduzida em 14% e a sua espessura em 40%.

O degelo induz a mais degelo, uma vez que ao diminuir a superfície reflectora de raios solares (camada branca de gelo), aumenta a superfície absorvente dessas mesmas radiações (água marinha escura).


Fonte: Getty Images

O degelo também está pôr a descoberto novos territórios terrestres, anteriormente encobertos, como está a acontecer em Nova Zembla e Terra de Francisco José (Rússia).



Uma das áreas mais afectadas pelo degelo árctico é a Gronelândia. Esta ilha dinamarquesa é a segunda maior reserva de gelo do mundo, apenas superada pela Antárctida. A superfície gelada ocupa 85% da superfície desta enorme ilha, que possui para cima de 20 000 glaciares.

Um estudo da NASA tinha estimado que entre 1992 e 2020 os glaciares da Gronelândia teriam perdido uma massa de 4.89 mil milhões de toneladas. Contudo, a situação é na realidade bem mais grave, dado que, segundo resultados divulgados pela Communications Earth & Environment, a banquisa da Gronelândia terá atingido um novo máximo de degelo em 2019, com uma perda de 532 mil milhões de toneladas de gelo nesse ano

De acordo com um estudo recente, publicado na Nature Climate Change, os glaciares da Gronelândia estão a fundir a uma velocidade cinco vezes mais rápida do que há 40 anos, com alguns deles a perderam mais de 35% do seu volume. E o estudo prevê o acentuar deste processo no futuro recente.

Estas massas de gelo fundido são responsáveis pela regressão glaciar e simultaneamente representam 15% da actual subida do nível do mar ao nível planetário. 

Sabe-se também, a partir de investigações feitas pela Universidade de Leeds, que só esta ilha tem gelo suficiente para poder provocar um aumento global do nível do mar em 7.5 metros.


(continua)


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