sábado, 20 de abril de 2024

A cegonha-branca

 




Associada na cultura popular à chegada de novas vidas é por essa razão o símbolo icónico da Primavera, a estação do rejuvenescimento da vida

A cegonha-branca (Ciconia ciconia) é uma das aves melhor conhecidas, não só pela sua imponente envergadura, de cera de dois metros, que em voo ainda mais sobressai, mas também, pelos seus comportamentos reprodutivos, que nos deixam apreciar, bem de perto, as suas vidas familiares.




Outrora, começavam a chegar da África sub-tropical, onde passavam o Inverno, logo pelo início do ano. Actualmente, esse movimento migratório ainda acontece mas, devido ao aquecimento global da atmosfera, muitas das aves nem chegam a passar o estreito de Gibraltar dispersando-se pelo sul do país.




Quando chegam à Península Ibérica, estas aves dirigem-se às zonas onde nasceram e onde anualmente nidificam. Os casais formados anteriormente, reencontram-se para mais uma vez procriarem, salvo se algum dos cônjuges não retorna e o outro membro do casal se vê obrigado a arranjar novo parceiro ou parceira.

Os machos parecem chegar primeiro aos locais de criação e alguns dias depois chegam as fêmeas. Ambos, procedem de imediato à reconstrução do velho ninho, desgastado pelas intempéries invernais ou à construção de um novo ninho, caso o antigo tenha caído. É, então, possível apreciar as constantes viagens das aves, a maioria das vezes os machos, transportando gravetos, ramos e ervas, para fabrico dos ninhos, atapetados posteriormente com penas, terra e musgos. 




Com o material trazido para o ninho, a fêmea a maior parte das vezes, procede à construção do ninho novo ou à reconstrução do antigo. 



No caso de ninhos reconstruídos a envergadura dos mesmos pode ser bastante grande, ultrapassando a meia centena de quilos.



Há meio século atrás a cegonha-branca não nidificava na região aveirense, razão pela qual se começaram a instalar plataformas metálicas em postes de energia desactivados, no sentido de atrair estas aves a assentarem ninho. 

Graças a esse esforço, a região alberga na actualidade uma elevada densidade de ninhos.




A cegonha-branca sempre se revelou uma boa vizinha do homem, nidificando em árvores, ...



... nos campanários de igrejas, ...



... em postes ...



... ou em variadas estruturas localizadas em aldeias, vilas ou até cidades.




A localização dos ninhos de cegonha-branca pode ocorrer de forma isolada, como em situações já aqui documentadas ou em colónia.





(continua)



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