sexta-feira, 5 de abril de 2024

Degelo glaciar: a Antárctida






(continuação)


A Antártida - o continente gelado - perdeu, desde 1940 até aos dias de hoje, cerca de 3 mil quilómetros quadrados de superfície, em consequência da subida de 0,5 °C na temperatura média.

Pelo terceiro ano consecutivo, a extensão de gelo marinho neste continente atingiu níveis nunca antes (desde 1979 até 2022) registados: uma área inferior a 2 milhões de quilómetros quadrados.


Este aumento dos valores da temperatura, acompanhado por um anormal prolongamento em cerca de um mês em algumas zonas, do período de degelo no Verão, tem afectado não só, a extensão gelada deste continente, como também, as espécies animais que aqui vivem. Um dos exemplos é a redução em 33% da população de pinguins-imperadores. (1)


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Outra consequência deste aumento de temperatura sobre as espécies animais nativas da Antárctida diz respeito à chegada de vírus perigosos, como o H5N1 (gripe das aves) já detectado em aves necrófagas (skuas) e que poderão destruir as colónias de outras aves marinhas nidificantes neste continente.

Segundo um outro estudo (2) das 162 plataformas de gelo da Antárctida, 71 perderam massa e destas, 48 diminuíram pelo menos 30% da sua massa.


A situação do continente gelado é gravíssima. 

E as consequências dos seus impactos nos ecossistemas ao nível mundial irão ser devastadoras, caso não haja uma alteração drástica das economias mundiais.


Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas), para se evitar um aumento da temperatura em 3.ºC até ao final do século será necessário uma redução global de 42% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) até 2030. Isto, porque a desaceleração dos efeitos do aquecimento não é instantânea!

Resta, pois, muito pouco tempo!


(1) Segundo estudos do National Snow and Ice Data Center (NSIDC) dos EUA e da Universidade de Liège (Bélgica)

(2) publicado na revista Science Advances



(continua)



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