sexta-feira, 1 de setembro de 2023

É preciso limpar o Cáster!

 






Como é natural, durante os meses primaveris todas as plantas selvagens crescem, reflectindo-se esse crescimento na proliferação de ramagens, folhas e flores.



Toda essa densidade botânica é benéfica para a sustentabilidade das próprias comunidades vegetais, mas não só. Ela serve, também, para criar habitats para várias outras espécies animais.




Ora, a vegetação aquática não foge a esta regra. Durante a Primavera e o Verão são vários os animais ribeirinhos que aproveitam a vegetação do rio para nidificarem e criarem os filhotes. 




Por esta razão, a vegetação aquática não deve ser cortada ou sequer desbastada nestes períodos do ano, pois impediria a reprodução de toda esta fauna que dela precisa.


Contudo, passado o Verão o cenário altera-se. 

É chegado o momento para se efectuar a limpeza da vegetação do leito (não das margens!), preparando-o para o aumento de caudal que em breve o rio terá e para a necessidade de um bom escoamento das águas. 







A vegetação arbórea das margens é, pelo contrário, muito importante nestes períodos invernais, pois serve como mecanismo natural regularizador durante as cheias.




O processo de limpeza do rio deve ser realizado não só no seu trecho citadino, mas ao longo de todo o curso até à sua foz.

Desbastando as gramíneas, que estrangulam o leito ...




... mas nunca o arvoredo das margens!




Um leito limpo é um leito onde a água pode fluir livre, rápida e bem direccionada.




As cheias do Cáster não afectam sòmente o centro urbano. Afectam, também, toda a zona rural que lhe é contígua, como é o caso dos campos da Moita.

Após o rio atravessar o centro da cidade, com um rumo aproximado N-S, inflecte o seu curso ao entrar no Enchemil, correndo de NE para SW, o que naturalmente faz com que a força das águas passe a exercer uma maior pressão sobre a margem esquerda do rio. 




É esta configuração do perfil do Cáster que, com caudais de cheia, contribui para uma sobrecarga sobre a margem esquerda, a qual acaba por não resistir à pressão das águas e ceder nos sectores mais frágeis, alagando os campos em redor. 




Este problema será ultrapassado alargando a margem direita e reforçando/alteando a margem esquerda do rio, na sua aproximação à ponte de S. Roque (Ribeira).




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