Maio é o mês primaveril da cor. Já os Celtas, assim, o celebravam e hoje em dia, assim, o sentimos. A natureza em Maio seguiu, pois, radiante.
A marisma, também ela, não escapou a este figurino. Ao longo das bermas dos caminhos que a sulcam, foram múltiplas as atraentes plantas ruderais, que se iam destacando.
Amoras-silvestres (Rubus ulmifolius), ...
... papoilas (Papaver dubium), ...
... entre várias outras espécies, quebravam o padrão uniforme destas zonas húmidas.
Ademais, a volumosa gritaria proveniente da colónia das garças parecia intensificar o colorido do ecossistema.
E Maio foi avançando.
Na colónia, a elevada densidade de ninhos, todos eles ocupados com progenitores e crias, numa agitação imparável, constituíram até ao presente, um cenário delicioso para os olhos.
Vêem-se os filhotes das garças-boieiras (Bubulcus ibis) ensaiando as primeiras saídas do ninho, posicionando-se nas ramagens próximas do mesmo, em grande algazarra ...
... sendo comum, observarem-se rixas entre eles, nas quais a esgrima de bicos é uma constante.
O facto da cor escura do bico não demorar muito tempo a clarear permite perceber a idade das crias, que foram rompendo os ovos a compasso.
A época de criação avançou muito no tempo. Vamos nas seis semanas sobre a eclosão do primeiro ovo.
Os filhotes de garça-boieira começam a efectuar os seus primeiros voos, cujo destino final será sempre o regresso ao ninho, dada a dependência que as crias ainda têm dos seus progenitores. Só pelos dois meses de vida é que se tornarão totalmente independentes dos pais, abandonando definitivamente o berço.
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